terça-feira, 31 de março de 2009

O Dia do Lobo

Qualquer pessoa, por mais íntegra que seja, já fez algo do qual sente vergonha. Pouco nobre. Um legítimo desvio de caráter.

Todo mundo tem algo do que se envergonhar no passado, e se não tem ainda vai ter. Quando se deixou levar por algum impulso, fez algo por auto-preservação ou auto-promoção sem ligar para quem estava na frente, quem ia afetar.


Mais de uma vez. Vivemos tendo dias como esses.


O Dia do Lobo. O dia em que acabamos assumindo o papel do vilão.


O dia que agimos ignorando a nossa consciência que grita, tenta, mas não consegue te impedir.


Eu andei questionando meu caráter nos últimos tempos. Questinando essa dicotomia entre bem e mal que vive nos assombrando.


Acabei que assumi que é preciso ser o Lobo às vezes. Não sou um maldito herói de novela.


Vai uma poesia de um desses 'Dias do Lobo' meu nessa.


As coisas com que convivo


Ela odeia a arrogância
E me disse que não presto

Isso é problema dela

Igualzinha a todo o resto

E me chamou de canalha.

Achei melhor ficar calado.

Mais umas vezes e posso

Até ficar acostumado.


Ela tem por mim o ódio

Dos traídos por alguém.

Eu estou despreocupado

Já fui traído também.


Ela odeia meu sarcasmo,

E me odeia por isso.

Podia ser diferente,

Aceitar um compromisso


E passar a confiar em outros

Que não sejam eu.

Como quem nunca fez isso

E no final só se...




"O homem é o lobo do homem" diziam. Eu defendo que cada homem é lobo de si mesmo.

Até mais.

sexta-feira, 27 de março de 2009

As escolhas certas nos dias errados

Quantos caras por aí você conhece que decidem sair na quinta feira e por causa disso comprometem a sexta?

E se esse cara, hipotético claro, tiver plena consciência de como é chato ficar sexta a noite em casa?

E se pra piorar, ele ainda tiver algo pra fazer na sexta de manhã? Algo tipo uma aula muito cedo... Uma aula que deveria prestar atenção... Uma aula interessante...

Pois é... Um desses caras, pelo menos, deve ser um conheSido seu.

E como essa noite de sexta feira tá ficando insuportável, resolvi postar.

Só pra me queixar mesmo. Nada de mais interessante.

O sono ainda não bateu (e quando bater, vai ser que nem pedrada) e a dor de cabeça que me acompanhou o dia inteiro agora é só um vestígio do que era lá pelas 7h00 da manhã.

Já que o papo é a ress...

Sexta de manhã

O toque do despertador
Vem antes do sol nascer
E a cama ainda me chama
Pra alguns sonhos mais tecer

Não tem jeito. Me levanto.
Dormindo e sem vontade.
A consciencia tá num canto
Junto a minha dignidade.

Com uma dor de cabeça
E olheiras de outro mundo
"Quintas feiras, não se esqueça
É coisa de vagabundo..."

Pego um ônibus lotado
E o pior já está por vir
Fico o dia acordado
E a noite sem dormir



Deixei aí um copo d'água. Quem já teve ress. sabe do que se trata.

E quem nunca teve ress, não é verdade?!

Até mais.

domingo, 22 de março de 2009

Otimismo enlatado

O mau-humor toma posse de uma hora pra outra. Eu sei que já aconteceu contigo. Acontece com todo mundo.

Mau-humor de verdade. Uma ponta de deprê, talvez.

Mas uma raiva que não sei de onde sai, mas que só aumenta quando alguem vem com todas aquele bom e velho otimismo enlatado.

Bem, vamos esclarecer umas coisas. Num momento de raiva, depressão, dor-de-cotovelo ou qualquer subvertente desses sentimentos não adianta dizer:

1) Que a vida é bela - A tua pode até ser.

2) Que tudo se resolve sozinho - Tipo a fome na África, o aumento da criminalidade ou o sucesso do funk?

3) Que é só dar tempo ao tempo - Isso nem faz sentido!

4) Que o mundo é como você quer - Hah, certo! Então cade minha fortuna, meu iate e meu jatinho?

5) Que o dia está belo e os pássaros estão cantando - E eu perguntei alguma coisa sobre os malditos pássaros? Eu quero mais é que se...

Tem mais um bocado de coisas que se ouve por aí. Não estou com saco pra digitar tudo. É um fim de domingo. Estou entediado, rabugento e pensativo.


E não estou nem começando.


De Ressaca


Cansado de ouvir
Que a vida é bela,
Que o mundo é feliz...
Eu tentei apagar.

Com a brisa quente
Que entrou da janela
Uma voz que diz
Que vai vir me pegar

As dores do corpo me falam
Que não tem sentido.
Os dias não são

Aqueles em que eu buscava

Com brilho nos olhos.
É o fim do verão.



Chega de otimismos enlatados, ok? Eu sei que não há nada mais deprimente do que alguem entregue a auto-piedade, mas as vezes não se pode fazer nada quanto a isso.

Mas as vezes vale só saber que alguem se importa.
Ah, ignorem-me. Só estou em um dia ruim.

Até.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Sobre a vida, as mudanças e coisas do tipo.

O que esperava de si mesmo a um ano atrás? O que pensava para seu futuro? Quais era suas metas, ambições, desejos e motivações?

Eu me fiz essas perguntas a uns poucos dias. Continuo me fazendo, aliás.

Chego quase a me assustar. Como mudei tanto em um espaço tão curto de tempo.

Não me assusto por que eu era eu o tempo todo, e meio que sei de tudo o que aconteceu e acontece comigo.

Isso não quer dizer que eu não me surpreenda. De vez em quando tudo muda e só me dou conta quando tudo o que um dia já fez sentido cai por terra.

Mas deve ser assim que a banda toca, né? Não dá para fugir das mudanças. Elas vão te pegar de uma forma ou de outra. Você nunca sai isento.

Não quer dizer que tenha de ser pego desprevinido.

Nove e meia

A vida não é novela.
Não se troca de canal.
Não dá pra escapar dela,
Nem tem o comercial.

Tem problemas impossíveis,
Tem incertezas reais,

Tem mocinhos discutíveis
E verdades desiguais.

Tem amores que se perdem,
Tem paixões que dão errado,

Pessoas que se acertem,

Sem ter alguem ao seu lado.


Não tem gente assistindo

E nem vai ser reprisada.

E mesmo que seja lindo

O final nunca te agrada.



Não sou assim um fã de novelas. Gosta quem gosta e acabou. Não faz meu estilo, e quem me conhece sabe disso.


Pra mim as novelas nos ensinam a idealizar e romantizar nossas próprias vidas. Talvez fôssemos todos mais felizes se esquecessemos essas idealizações. Deixássemos apenas acontecer.


Bom, é tudo por hoje.


Até mais.

domingo, 15 de março de 2009

Preguiça

Uns dizem ser pecado capital. Outros, encaram como lifestyle.

Eu particularmente sou um adepto da preguiça. Aliás, não por opção. Acho que é da minha natureza mesmo.

Há casos de preguiça piores que o meu, por aí. Isso não quer dizer que não tenha momentos em que a preguiça toma conta, me fazendo esquecer de compromissos ou fingir que esqueci.

Mas quem nunca fez isso né?

E talvez buscar respaldo no comportamento de outras pessoas pra me justificar seja só preguiça, também. Preguiça de arranjar bons argumentos.

Mas eu estou com preguiça de discutir.

Domingo

No relógio, é meio dia
Quando resolvo acordar.
Ninguem se importaria
Se não quizesse levantar

E a luz invade o quarto
Com o calor do sol lá fora
Sem pressa aqui aguardo
A preguiça ir embora



A imagem é meio que uma piada. Nada melhor pra ilustrar um post sobre 'preguiça' do que uma 'preguiça'.

Estava com preguiça de achar outra.

Até mais.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Sobre as promessas

Eu tinha prometido para mim mesmo que ia postar diariamente aqui. Promessas são feitas para serem quebradas, né?

É tenso como tudo conspira para não conseguirmos cumprir promessas. Sejam as feitas aos outros ou de maneira especial as feitas a si mesmo.

É sempre assim.

Bom, pelo menos não sou o único... (né não, Jc?)

Pelo menos as promessas feitas a outras pessoas, tem sempre alguem ali. Alguem para lembrar, temer, respeitar ou qualquer coisa do tipo.

Já quando é uma promessa para si mesmo, o esquema muda. Não tem ninguem além de você. É só a sua força de vontade e sua capacidade de auto-sugestão para manter você cumprindo a promessa.

Bem... Força de vontade... Digamos... Não é meu ponto forte.

Isso não me impede de tentar, né?


Quebrando Promessas

Eu nunca pedia
Pra que acreditasse
No que lhe dizia
E mesmo que falasse
Não importaria,
Porque essa face
Você conhecia.
Não tentei disfarce.
A verdade é fria.
Como se eu ligasse.
Eu nem pediria
Que me perdoasse.
Deixar pr'outro dia
Esse nosso impasse.


Promessas mal cumpridas, semi-cumpridas ou perda total mesmo. Não importa. Se quebrou, tá quebrada. Consigo mesmo ou com os outros.

Não é só por que é comigo mesmo que tenho que pegar leve!

Até.

terça-feira, 10 de março de 2009

As viagens de ônibus.

Já viu como o tempo que se passa no ônibus é inútil?

Quer dizer... Óbvio que para se locomover por aí em distâncias absurdas de se vencer a pé, mas nesse nosso mundo de correria, onde o tempo é tão precioso, como tentar amenizar essa perda de tempo diária?

Eu costumava ouvir música durante os trajetos, mas não deu muito certo. Meus fones costumam quebrar com uma facilidade íncrível. Deve ser o tal do karma, atacando novamente.

Passei a tentar ler. Parece fácil, mas não é. Como ler de pé em um ônibus lotado? E as chacoaladas ocasionais, como ficam? É fria.

Resolvi fazer algo simples pra aproveitar as viagens de ônibus. Pensar.

Estranho? Eu diria nescessário. Sempre tenho algo sobre o que refletir, mesmo... Algo sobre a vida, sobre os estudos, sobre o que me parecer prudente ou mesmo sobre o que vier à cabeça na hora.

Pode parecer perda de tempo. A mim parece ideal. Não força as vistas, os ouvidos e ,na pior das hipóteses, queima alguns neurônios. Eles iam queimar mais cedo ou mais tarde mesmo, né?

Hoje pensei num poema no ônibus. Como escrever dentro de ônibus também é uma fria, e acabo nem eu mesmo entendendo o que escrevi, vou tentar refazer por aqui.

Amarelo claro

Vejo nos rostos cansados
Olhos abatidos.
Meio angustiados.

Peso dos dias passados.
Uns deles vividos
Outros, aturados.

E as vezes os pego olhando
Quase que perdidos
Pr'os carros passando

Fico ali observando
Meio que espremidos
E o tempo voando.


Ta aí. Eu costumo 'viajar' um pouco para aproveitar minhas viagens propriamente ditas. Se alguem tiver uma idéia melhor, sou todo ouvidos.

Até.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Courage, mon amour...

Incrível como pequenas dúvidas e incertezas podem te fazer desistir de sonhos e convicções. As vezes basta um detalhe para fazer sonhos, pretensões e ambições virarem menos que poeira.

Esse era eu a poucos dias atrás.

O nome disso é medo.

A vontade de desistir dos seus planos e tomar os caminhos mais fáceis mesmo contra o seu bom-senso. Tomar o caminho das decisões cômodas.


Cansei desse medo idiota que se manifesta quando encara-se o desconhecido. Isso só me atrapalhou até o momento, e sei que muita gente que estiver lendo deve ter sentido, em algum momentos da vida, essa corda invisível no pescoço.

Talvez tenha até decidido por algo que mais tarde se arrependeria.


Coragem.

Ouvimos falar tanto de coragem por aí, né? Sempre me pareceu algo muito heróico. Coisa pra gente que salva vidas e esse tipo de coisa.

Agora, tá mais para uma conduta de negação dos próprios medos. No meu caso, renegar as escolhas mais fáceis e confortáveis. Arriscar. Ter medo, mas não sucumbir a ele.

Tá decidido. Agora, falta descobrir se vou ter mesmo coragem o suficiente.

E tambem, na minha situação atual, não tenho pra onde correr mesmo! Desistir já deixou de ser uma opção.

Pelo menos assim não há lugar pro medo, né?!


Vamos falar de coragem, então.

Coragem

De que adianta o desespero
Com o que vai acontecer
A incerteza dá tempero
A cada novo amanhecer

Se o passado te persegue
E tem medo de seguir
Lembre que ao aprender a andar
Você teve de cair.

Sem desânimo. Coragem.
Ninguem luta por você.
O medo vira vantagem:
Faz a si mesmo entender.



Tá aí. O amanhecer, junto com os desafios que ele traz. A mudança de curso ainda me deixa apreensivo, mas agora eu estou disposto a correr os riscos que tiver de correr.

Também planejo passar a postar com mais frequência, que é pra evitar que o desânimo me pegue.

Bom, é isso aí... Por hoje já tá legal.

Até mais.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Empolgação, Watchmen e coisas do tipo

Pra variar um pouco, resolvi fazer um post sem nenhum objetivo. Bem, pra falar a verdade... Ele tem sim um objetivo.

Falta do que fazer é mesmo um problema, né?

Sinceramente, eu estou postando aqui por que to morrendo de ansiedade pela estréia de amanhã nos cinemas daqui.

WATCHMEN, O Filme.

Estive esperando esse filme estrear por essas terras desde o ano passado, apesar de ainda estar no começo desse ano. É um tempo admirável

Deixarei o trailer aqui, caso não tiver visto, ou tenha essa mesma mania compulsória que tenho de assistir coisas que eu já vi mas que me empolgam muito.



Pra quem não sabe o que é Watchmen (e quer saber), é o título de uma série limitada de HQ's da DC Comics escrita por Alan Moore, um tio barbudo roteirista muito elogiado pela crítica e um escritor admirável. A primeira edição é de 1986. Foi uma das séries que trouxeram o público adulto aos quadrinhos, tipo um marco na história das Comics. Literatura em quadrinhos. Coisa de primeira categoria.

Temas filosóficos, um pé na geopolítica da época, anti-heróis e doses moderadas de pessimismo. Essa foi uma das série abriu as portas para que outras Grafic Novels que vieram depois fossem reconhecidas enquanto arte visual e enquanto literatura.

Meu personagem preferido é o Rorschach. É provavelmente o personagem mais frio, obscuro e enigmático dessa série, e de todas as outras que eu já acompanhei. Um maluco completo, também, mas isso são só detalhes. Num universo altamente corruptível e propício ao comodismo, Rorschach mostra ter uma força de vontade admirável e ser um idealista acima de tudo.

A máscara que ele ostenta sobre o rosto é basicamente uma daquelas mancha de tinta que se vê em filmes como instrumento de análises psicológicas, mas em constante mudança. O nome dessa análise com borrões de tinta é 'Método de Rorschach', pois o sobrenome do psicólogo que inventou era... Ah, adivinha aí.

Merece a imagem que ilustra esse post. E como não vou me atrever a mandar mal em versos aqui e desmoralizar esse anti-herói, eu não vejo nada mais justo do que deixar ele falar pro si próprio.


"This city is afraid of me. I have seen its true face. [...] . The accumulated filth of all their sex and murder will foam up about their waists and all the whores and politicians will look up and shout 'Save us!' And I'll whisper 'no'. "

Bom, é isso aí. Mal posso esperar a hora de ver esse filme.

Até mais.

domingo, 1 de março de 2009

As mudanças de gosto musical

Eu estava aqui conversando com um amigo que vai ao show do Iron Maiden (É! É você mesmo, Gush!) , e ao ler o nome dessa banda algumas milhares de vezes eu me lembrei de algo:

'Poutz, a uns anos atrás eu ouvia muito isso!'

Estranho como o gosto musical muda com o tempo, né?!

Mais uma vez nostálgico, e isso já está ficando frequente demais, eu me lembrei dos meus anos de gordinho metaleiro.

Como mudei tanto assim? Foi o tempo que me mudou? O gosto musical sempre representou muito sobre a personalidade de alguem, pra mim. É muito relacionado com os seus valores, a forma que você lida com as pessoas, as suas ideologias...

Enfim, se seu gosto musical muda, algo em você muda junto. Ou ele só muda por que algo já mudou em você. Ou ainda pode ser o prelúdio de mudanças.

Enfim, filosofar sempre foi minha praia. Aliás, viajar é o verbo que se encaixa melhor. Filosofar é uma forma bonita de dizer que eu estava era viajando mesmo. O lance é que essa viajem sobre as mudanças de gosto musical foi bem proveitosa. De modo algum considero que o que gostava antes agora é ruim. É só diferente, e já não faz minha cabeça

Agora mesmo estou pensando em baixar um pouco do que eu ouvia a muito tempo, só pra dar uma relembrada. Axo que é isso mesmo que vou fazer. Começar com Motörhead. Ouvi hoje na tv e redescobri a mágica do rock brutal e viciante deles. O show já está chegando e quem sabe eu animo?!

Nah, acho difícil.

Bom... Sobre música, o que se pode falar né? Vou tentar algo.

Música
É quando aperto os fones contra o ouvido,
Ou lembro de um solo e imito o som.
A muito tempo eu já tinha percebido
Que gostar de musica é quase um dom.

É quando assobio meio que avoado.
Quando chego em casa cansado
E tomo um banho cantando meu dia.
Mesmo acabado, com a maior alegria.

É quando resolvo que seja onde for:
Na chuva, no sol, no frio ou no calor.
Vai ter um refrão que eu possa cantar,
Ou uma melodia para me lembrar.


Bem, isso é tudo por hoje. O importante pra mim é ter música. Música boa, de preferência, mas falar de música boa ou ruim é assunto para outro post. Esse fica por aqui.

Até mais.